Existem muitas crenças e opiniões sobre deixar o bebê chorando. Há quem diga que isso ajuda a fortalecer psicologicamente, mas a verdade é que NÃO é bom deixar o bebê chorando.
O choro do bebê é um dos grandes motivos de angústia aos cuidadores, mas não há razão para sofrer, pois o choro é a forma que o bebê tem para se comunicar e informar uma necessidade. O importante é manter a calma e avaliar os possíveis motivos do choro.
Recentemente estudos mostraram que a dor da separação dos bebês de seu cuidador estimula as mesmas áreas do cérebro que a dor física, ou seja, a separação equivale à dor física e funciona como um sinal de alarme para uma situação de perigo iminente.
Os achados científicos corroboram o bom senso. Quando um bebê chora ao perceber que está longe de seu cuidador (por exemplo: ausência de contato visual, auditivo e principalmente o contato físico corpo a corpo), seu cérebro ativa o alarme de ameaça à sua sobrevivência.
Interessante que os adultos mais próximos são sensíveis ao choro do bebê, respondendo com atitudes de socorrer e confortar o bebê trazendo-o para perto de si e embalando-o.
Sendo assim, a ideia de não pegar a criança no colo é errada, pois viola umas das nossas reações mais básicas e fundamentais da nossa herança evolutiva.
É muito importante o afeto na relação mãe-filho para o aparecimento e desenvolvimento da consciência do bebê, tornando-se vital que a mãe (ou o cuidador principal) crie um “clima emocional favorável” ao desenvolvimento da criança.
Os sentimentos de maternagem conferem ao bebê uma variedade de experiências muito importantes por estarem interligadas, enriquecidas e caracterizadas pelo afeto. Tais experiências são essenciais na infância, pois, nesse período, os afetos são de relevância maior do que em qualquer outro período da vida.
De acordo com Tadeu Fernandes, presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria, mais de 20% dos pais relatam choro ou irritabilidade excessiva do bebê até completar os três meses de vida.
Existe um pico de incidência de choro com 1,5 mês de vida, que diminui progressivamente até a 4 meses. Acredita-se que essa redução do choro acontece porque os bebês começam a conseguir segurar objetos e a brincar com eles, então não choram mais com por tédio ou frustração.
Existem algumas técnicas para ajudar o bebê a se acalmar:
MÚSICA
A música é uma poderosa aliada para tranquilizar as crianças.
Um estudo da Universidade de Montreal comprovou que bebês permanecem mais tempo calmos quando estão ouvindo música do que quando ouvem alguém falar, mesmo que essa pessoa seja a mãe ou o pai. Os pesquisadores concluíram que para acalmar o bebê por meio da música, basta o cuidador cantar em voz baixa e escolher uma canção tranquila. Para as que preferem não cantar, as cantigas gravadas funcionam igualmente.
EMBALO
Outra medida efetiva para acalmar o bebê, é embalá-lo e passear com ele no colo pela casa para ajudá-lo a se distrair.
Lembre-se que chorar é normal e que o bebê precisa de colo para se fortalecer. Converse sempre com o pediatra sobre suas angústias e dúvidas em relação ao bebê.
Você não está sozinho nessa. Nossa equipe de pediatras está pronta para te auxliar.
Referências:
Cooper, Roberto. “DEVO DEIXAR MEU BEBÊ CHORAR?.”
https://doi.org/10.1590/S0103-166X2004000300006
https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/choro-dos-bebes-como-acalmar/