Chiado nas crianças, principalmente nas mais novas, é um sintoma comum e motivo frequente de visitas ao pneumologista infantil.
O chiado, tecnicamente conhecido como sibilância, costuma estar associado a uma super resposta pulmonar (hiper-responsividade brônquica), mas pode também estar presente em outras doenças das vias respiratórias (vias aéreas).

A investigação de uma criança com chiado deve estar focada numa boa avaliação clínica, desde a história até o exame físico, para que o especialista possa chegar a um diagnóstico e conduta adequados. Os sintomas mais comuns são:

Chiado no peito;
Tosse diurna e/ou noturna;
Tosse ou falta de ar durante a atividade física ou choro.

Importante comentar que nem todo chiado tem como causa uma doença pulmonar. Identificar as causas da sibilância (chiado) no início da infância não é muito simples, pois depende de vários fatores como idade da criança, presença ou não de alergias, gravidade dos sintomas, fatores ambientais associados, presença de infecção viral.
De maneira geral podemos diagnosticar a criança pequena como sibilante ou chiador quando ela apresentar três ou mais episódios de chiado em 6 meses ou tiver chiado constante por um mês inteiro.

Quais são as causas mais comuns?

As causas mais comuns de sibilância em crianças e bebês são a asma e a bronquiolite viral aguda. A maior parte dos diagnósticos de asma em crianças (70%) são feitos antes dos três anos de idade, e um terço deles já tem sintomas no primeiro ano de vida.
A asma (popularmente conhecida como bronquite asmática) é uma das causas mais comuns de chiado na infância, mas não é a única, devendo ter seu diagnóstico feito por um especialista. Pesquisadores de uma universidade americana do Arizona desenvolveram um índice que nos ajuda a identificar as crianças pequenas com alto risco para asma:

  • Presença de sibilância frequente durante os três primeiros anos de vida;
  • Associada a 1 fator de risco maior (pais com asma ou pessoal de eczema) ou 2 de três fatores de risco menores (aumento dos eosinófilos no sangue [> 4%], chiado na ausência de infecções de vias aéreas superiores ou rinite alérgica).

Vale a pena saber

Na ausência dos achados sugestivos de asma diagnósticos alternativos devem ser considerados, como: disfunção de cordas vocais, infecções virais ou bacterianas recorrentes, irritantes inalatórios (cigarro, gases tóxicos), doença aspirativa, mal formações das vias aéreas (broncomalácia, anéis vasculares, enfisema lobar congênito, etc), compressão extrínseca (linfonodos, tumores cistos), displasia broncopulmonar, fibrose cística, discinesia ciliar, bronquiolite obliterante, imunodeficiências, insuficiência cardíaca.

Se seu filho chia é muito importante levá-lo ao especialista para o correto diagnóstico e tratamento. Não deixe para depois, quanto antes for possível identificar e começar o tratamento, melhor será. Com saúde não se brinca.

BIANCA, A. C. C. D.; WANDALSEN, Gustavo F.; SOLÉ, Dirceu. Lactente sibilante: prevalência e fatores de risco. Rev. bras. alerg. imunopatol.–Vol, v. 33, n. 2, 2010.
GERALDINI, Marcos et al. Quando sibilância recorrente no lactente não é asma. Rev. bras. alerg. imunopatol, v. 31, n. 10, p. 42-5, 2008.
Taussig LM, Wright AL, Holberg CJ, Halonen M, Morgan WJ, Martinez D. Tucson Children’s Respiratory Study: 1980 to present. J Allergy Clin Immunol 2003;111:661-75.

CRC Inspira
Dra. Barbara Riquena
Pneumologista infantil
(CRM-SP 124.286)
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