Aproximadamente 1,7% a 4,4% dos bebês pode nascer a língua presa, mas apenas metade deles apresentam função da língua diminuída e dificuldade de amamentação.
A língua presa, é uma anomalia congênita incomum, mas não rara, resultando em redução do movimento da língua, acometendo 4 vezes maior mais meninos do que meninas.
Tecnicamente chamada de anquiloglossia, a língua presa acontece quando a membrana abaixo da língua (conhecida popularmente como “freio”) é menor do que o normal, impedindo a língua de se movimentar corretamente.
Quando o freio está muito próximo da ponta da língua, esta pode parecer bifurcada ou em forma de coração. No entanto, quando os freios estão ligados na parte de trás da língua podem deixá-la com uma aparência normal, mesmo estando curtos.
Estudos genéticos sugerem que uma das causas é a hereditária (‘herdada”), de origem autossômica dominante, relacionado ao cromossomo X, por mutação do gene T-box.
Outro fator de risco é o uso da cocaína por gestantes. A língua-presa é três vezes mais provável de ocorrer com o uso de drogas envolvido.
Não. Existem dois tipos de anquiloglossia, a parcial e a total. O tipo mais comum é o parcial, em que o freio lingual não está totalmente fundido ao pavimento bucal.
A língua presa é frequentemente diagnosticada em um exame físico. Para crianças maiores, o pediatra pode observar a aparência da língua e habilidade de movimento.
Quanto antes o diagnóstico for feito, menos riscos corre a amamentação e menos trabalhosa é a correção das dificuldades.
No Brasil é obrigatório por lei que se faça em todas as maternidades o Teste da Linguinha. O teste é realizado nos primeiros dias de vida do bebê pelo pediatra ou fonoaudiólogo, de forma simples e indolor, para avaliar o freio da língua do recém-nascido.
A língua presa ou anquiloglossia pode colocar em risco a amamentação, a alimentação adequada, a respiração, o crescimento satisfatório dos maxilares e dentes, além de comprometer o desenvolvimento da fala.
Dificuldades de articulação da fala: são mais comuns, surgem na infância e se mantém na vida adulta caso não sejam tratadas.
Alteração na alimentação: ocorre principalmente durante a fase de amamentação.
Alterações dentárias: Diastema (fresta entre os dentes), alterações de oclusão (fechamento) e do tecido periodontal.
Constrangimentos sociais: dificuldade de lamber os lábios, lamber o sorvete, beijar.
Alterações psicológicas: distúrbios na fala podem ser motivo de gozação (bullying), trazendo dificuldades na socialização, desconforto, tristeza e até depressão infantil.
Primeiramente é imprescindível que haja a recomendação do pediatra da criança para que seja feita uma avaliação cirúrgica e fonoaudiológica da criança.
Dois tipos de tratamentos podem ser adotados: um pequeno corte no freio para liberar a língua (frenotomia) ou mesmo a retirada do freio (frenectomia). Em muitos casos, a cirurgia pode ser feita em consultório com anestesia local.
Estes são procedimentos cirúrgicos que só devem ser realizados após avaliação médica cuidadosa. Um dos especialistas aptos a tratar a língua-presa é o otorrinolaringologista. Ele vai avaliar qual o procedimento mais indicado para a correção de cada caso.
No caso de bebês com menos de um ano de idade com dificuldade para mamar, a frenotomia está indicada, mas se o bebê tem a língua presa e está se alimentando bem, é possível esperar e ver se a língua presa se reverte com o passar do tempo.
Outro profissional importante no tratamento é o fonoaudiólogo, pois ele é quem vai ajudar a corrigir os problemas que as crianças têm com a fala e com a alimentação.
Não. A criança consegue mamar logo após a frenotomia. Pode acontecer uma pequena dificuldade inicial, passageira, que não impede a amamentação.
O tratamento tem resultados mais rápidos e efetivos quando acontece durante a infância. Quanto mais cedo a correção, mais rápido a criança consegue falar com normalidade.
Na fase adulta a reversão pode ser mais demorada, mas a pessoa certamente pode conseguir uma fala mais solta. O acompanhamento do fonoaudiólogo e a dedicação do paciente são indispensáveis para a correção da fala.
Referências: