Durante muitos anos a prevenção da infecção pelo HIV foi focada exclusivamente no uso do preservativo – método com alta eficácia contra o HIV, outras Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), além de ser um contraceptivo.

Infelizmente, desde o início dos anos 2000 os estudos vêm demostrando uma queda progressiva do uso do preservativo, ao mesmo tempo em que ressurgem a sífilis, as infecções por clamídia e gonorreia e até mesmo a infecção pelo HIV, na população mais jovem.

Nos últimos anos a prevenção da infecção pelo HIV, bem como de outras ISTs, passou a ser encarada de maneira mais ampla e inclusiva, através do conceito de Prevenção Combinada, agregando novas modalidades de proteção que foram criadas:

A Mandala da Prevenção resume nossa abordagem atual:

Vamos conversar um pouco sobre cada parte da mandala

Profilaxia Pós-Exposição (PEP)

Trata-se do uso por 28 dias de uma combinação de 3 medicamentos da classe dos antirretrovirais (tratamento de HIV) iniciados num período de até 72 horas após uma situação de risco para infecção pelo HIV, seja sexual (consentida ou não) ou ocupacional (acidental).

Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)

Refere-se ao uso de uma combinação de 2 medicações de antirretrovirais (tratamento de HIV) combinados em 1 comprimido. É usada em dose única para prevenir a infecção pelo HIV em situações associadas ou não ao uso do preservativo, com eficácia entre 98 e 100%.

Prevenção da Transmissão Vertical

Trata-se das estratégias de prevenção de transmissão do HIV da mãe que vive com o HIV para seu filho. Algumas delas devem ser iniciadas no período da gestação, outras durante o parto e algumas após o nascimento da criança.

Imunização para Hepatites Virais e HPV             

As hepatites A e B e o HPV são infecções virais que podem ser adquiridas inclusive através do sexo e podem ser prevenidas através de vacinas.

Redução de Danos

Trata-se de conjuntos de estratégias em saúde para diminuir os problemas causados consequentes a situações em que não se consegue evitar um comportamento com risco para a saúde, como o consumo abusivo de álcool ou drogas.

Diagnosticar e Tratar as pessoas com ISTs e Hepatites Virais

O diagnóstico precoce de infecções sexualmente transmissíveis e hepatites virais beneficia diretamente o paciente, evita a cronificação de algumas doenças e interrompe a cadeia de transmissão de uma pessoa à outra.

Usar preservativo masculino, feminino e gel lubrificante.

É essencial o uso correto do preservativo externo ou interno, bem como o uso do gel lubrificante que diminui o risco de acidentes com o rompimento do preservativo.

Tratar todas as pessoas vivendo com HIV/aids (PVHIV)

Está comprovado cientificamente e aceito por entidades de saúde em todo o mundo que pessoas portadoras de HIV, que fazem tratamento regular e mantém carga viral do HIV abaixo do limite de detecção por mais de 6 meses não transmitem mais o HIV (Indetectável=Intransmissível).

Testagem regular para HIV, outras ISTs e hepatites virais.

Testar regularmente se o indivíduo tem estas doenças permite o diagnóstico e tratamento em fases precoces, com menos risco e sofrimento para o paciente.

Lembre-se sempre de que prevenção é o melhor remédio e conte sempre com um infectologista para te auxiliar.

Referência Bibliográfica: http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/previna-se; http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/prevencao-combinada-do-hiv-bases-conceituais-para-profissionais-trabalhadoresas-e-gestores

CRC Inspira
Dr. Sidnei Pimentel
Infectologista
(CRM-SP 84.870)
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